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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

OS ABENÇOADOS - Arrependimento

"Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados." - Mateus 5:3
            O termo 'bem-aventurado' pode também ser expressado por 'muito mais do que felizes', 'abençoados' ou, simplesmente, 'felizes'. Considerando esta segunda bem-aventurança, parece bastante irônico da parte de Cristo dizer que aqueles que choram são felizes. Ou quase poderíamos dizer 'Felizes são os infelizes'.
            É evidente, porém, por causa do contexto, que esta passagem não está se referindo ao choro de alguém que perdeu uma pessoa querida, ou passa por alguma necessidade. Essa tristeza que ocasionou o choro é a manifestação de uma realidade espiritual. É o choro causado pela "perda da sua inocência, de sua justiça, de seu respeito próprio. Cristo não se refere à tristeza do luto, mas à tristeza do arrependimento."*
            Como disse no artigo anterior, as Bem-aventuranças fala a respeito do caráter do cristão. E, obrigatoriamente, de todo cristão. Quando não encontramos em nosso caráter determinada bem-aventurança, entendo que precisamos buscá-la diante de Deus e sermos tratados por Ele para termos uma índole de acordo com a sua vontade.
            Por isso, dentre os estágios de um caráter cristão saudável e de acordo com a vontade de Deus, precisamos entender que a vida cristã não será sempre "às mil maravilhas". Ao mesmo tempo que precisamos nos alegrar em Cristo pela salvação, precisamos nos entristecer (chorar) pela nossa condição de pecadores e, mais que isso, por causa da pecaminosidade e maldade do homem.
            Se somos pobres de espírito (Mateus 5:3 - Dependência de Deus), precisamos chorar por causa dessa nossa condição (Mateus 5:4 - Arrependimento). É necessária tanto a confissão, quanto a contrição.
            Porém, precisamos observar que existe uma promessa para esse coração contrito: a consolação. Não podemos pensar que nosso Deus é um Deus sádico e que se agrada da nossa tristeza. A Bem-aventurança não está relacionada com a manifestação do caráter ('os que choram' manifesta o arrependimento dos que crêem), mas, com certeza, está vinculada ao resultado da ação de Deus na vida do cristão ('serão consolados').
            O único consolo que podemos encontrar ao chorarmos por causa da nossa condição de pecadores é o perdão gracioso de Deus. Somos consolados porque entendemos que, em Cristo, estamos perdoados. Mas ainda choramos porque percebemos e vemos a maldade, a morte e o pecado devastando o mundo inteiro. Porém, mesmo nessas circunstâncias, aguardamos pacientemente o estado final de glória, o Consolo completo de Jesus, pois lá não haverá lágrimas, dores ou medos. Estaremos livres da maldade e do pecado. E ali veremos o cumprimento do que se diz: "Ele enxugará dos olhos toda lágrima." (Apocalipse 7:17).
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

OS ABENÇOADOS - Dependência de Deus

"Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus." - Mateus 5:1
            É muito difícil escrever sobre 'bênçãos' em nossa cultura evangélica brasileira. Estamos impregnados de conceitos, formatos e ideais totalmente contrários a Revelação de Deus (Escrituras Sagradas) a respeito das 'bênçãos'.
            Nunca estamos satisfeitos com as bênçãos que temos recebido. Parece que não estamos contentes (Fp 4:11) com a nossa vida, com a nossa história, e estamos sempre pedindo mais bênçãos. Creio que não estamos errados ao orarmos por bênçãos, mas é evidente que precisamos nos lembrar que não é a nossa oração, a nossa 'determinação', a nossa 'profetização', nem tampouco a nossa retidão, que vai atrair essas bênçãos pra nós. Sempre precisamos nos lembrar que o nosso Deus é um Deus gracioso e, por isso, todos os seus atos são movidos por Sua Graça e nunca podemos 'negociar' com Deus.
            Todos nós gostamos de receber bênçãos de Deus. E isso é muito bom! Porém corremos o risco de não compreendermos a profundidade do ensinamento e do tratamento que Deus quer trazer para nós ao recebermos ou não essas bênçãos. E ninguém melhor que o próprio Cristo, em seu Sermão do Monte, para nos ensinar a respeito de 'bênçãos'.
            Neste sermão, Jesus ensina aos seus discípulos o que é ser verdadeiramente abençoado (bem-aventurado; felizes). E, ensinando aos seus discípulos, Jesus ensina a nós também demonstrando que as conhecidas bem-aventuranças devem ser características de todos os cristãos.
            E a primeira delas (transcrita acima), a pobreza (humildade) de espírito demonstra a nossa HUMILDE E TOTAL DEPENDÊNCIA DE DEUS. Ser pobre de espírito é "reconhecer a nossa pobreza espiritual ou, falando claramente, a nossa falência espiritual diante de Deus, pois somos pecadores, sob a santa ira de Deus, e nada merecemos além do juízo de Deus. Nada temos a oferecer, nada a reivindicar, nada com que comprar o favor dos céus."*
            Não temos nenhum outro refúgio a não ser o próprio Deus. Se tentamos nos refugiar nas riquezas, corremos grandes riscos. Se nos refugiamos em nosso lar, corremos riscos. Se o nosso trabalho é nosso refúgio, corremos riscos. A única forma de não corrermos riscos é corrermos pra Deus, a nossa fortaleza e refúgio.
            E, em um refúgio tão perfeito, somos tremendamente abençoados. Em mundo de incertezas e instabilidades, ninguém pode ser tão abençoado como o pobre de espírito que encontra em Deus o seu refúgio.
"Abençoados são vocês, que nada mais têm a oferecer. Quando vocês saem de cena, há mais de Deus e do seu governo." - Mateus 5:1 ("A Mensagem" - Bíblia em Linguagem Contemporânea)
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.
*STOTT, John. "Contracultura Cristã: A mensagem do Sermão do Monte". (P. 19)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NÃO SEJA UM CRISTÃO MEDÍOCRE!

"Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo." - II Pedro 1:8
Tenho sido muito edificado pelas palavras de Charles Swindoll no livro "COMO VIVER ACIMA DA MEDIOCRIDADE - Levando a sério o seu compromisso com a excelência" (publicado pela Editora Vida). Swindoll escreve que a vida do cristão no Reino de Deus (submisso ao Governo de Deus) deve ser comprometida com a excelência e, de forma alguma, deve se contentar com a mediocridade.
A leitura me fez refletir sobre diversas coisas. Uma delas é que dificilmente, através de aconselhamentos e discipulados, encontro algum cristão que está absolutamente satisfeito com a profundidade de seu relacionamento com Deus. Normalmente, vejo algumas pessoas que tem uma vida diária de oração, que servem eficaz e fielmente ao Senhor em suas igrejas, mas que, por um motivo ou outro, estão insatisfeitas com sua maturidade na fé.
Acredito que muitos de nós somos assim: críticos ao olharmos para a nossa própria vida com Deus e insatisfeitos com a nossa caminhada de fé. Porém, ao mesmo tempo em que facilmente nos compreendemos assim, dificilmente procuramos formas efetivas de melhorarmos.
O texto em questão (II Pedro 1:5-11), nos demonstra que não podemos nos acomodar em nossa caminhada cristã. Precisamos crescer na fé, na virtude, no conhecimento, no domínio próprio, na perseverança, na piedade, na fraternidade e no amor! Que 'pacotão' precioso! Se pudéssemos resumir a vida cristã excelente teríamos que passar por todas essas características. Através de oito expressões, o apóstolo Pedro une a vida de oração com a vida em comunidade. O conhecimento da vontade de Deus com o conhecimento do nosso coração. O servir a Deus e a exortação.
Muitas vezes, nos contentamos no fato dessas características existindo em nós, mas a palavra do apóstolo Pedro sugere uma melhora! Ela sugere a busca pela excelência. Precisamos de algumas posturas e virtudes 'aumentadas' em nossas vidas.
Que possamos nos esforçar para crescermos em nossa maturidade cristã. Que possamos aprender a viver a excelência do Reino de Deus.
"Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora." - II Pedro 1:9
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.