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domingo, 29 de julho de 2012

LIVRE-SE DE NEUSTÃ!*


“Removeu os altares idólatras, quebrou as colunas sagradas e derrubou os postes sagrados. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois até aquela época os israelitas lhe queimavam incenso. Era chamada Neustã.” – 2Reis 18:4
            Deus gosta de renovações e mudanças! Ele gosta das mudanças e as estimula em nós! Por isso, nós, que somos seus servos, não podemos ser avessos às transformações, inovações, mudanças e renovações que Ele nos propõe.
Entenda: Deus não muda! Ele continua sendo o mesmo hoje e sempre. Jesus sempre será o Filho de Deus Salvador hoje e sempre. E quem afirma isso é a Palavra: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre.” (Hebreus 13:8) Deus não será diferente daqui um, dez ou cem anos! Mas, ainda que Ele seja o mesmo e mantenha-se fiel ao seu próprio Ser, Ele tem autoridade para efetuar suas obras de um jeito diferente, desde que isso não negue quem Ele é.
E, tão certo quanto o fato de que Ele não muda, é que a sua obra é sempre nova, viçosa. “Os métodos e caminhos de Deus são sempre renovados, imprevisivelmente novos.” (p.221)
Não é à toa que toda a Bíblia fala a respeito do novo. O Antigo Testamento fala sobre o ‘novo’ cântico (Salmo 96:1), sobre um ‘novo’ coração (Ezequiel 11:19), sobre um ‘novo’ espírito (Ezequiel 18:31), sobre a ‘nova’ aliança (Jeremias 31:31). Já no Novo Testamento, somos chamados de ‘novas’ criaturas (Gálatas 6:15); todas as coisas se fizeram ‘novas’ (2Coríntios 5:17); recebemos um ‘novo’ nascimento (João 3:3); vivemos de acordo com o ‘novo’ mandamento (João 13:34) e segundo o ‘novo’ homem (Efésios 2:15); e, finalmente, esperamos ‘novos’ céus e ‘nova’ terra (2 Pedro 3:13). Deus é um Deus de novidades, renovações e mudanças!
Por isso, “preciso advertí-lo, se você gosta que as coisas permaneçam sempre do mesmo jeito, de que vai sentir-se terrivelmente constrangido no céu. Tudo será novo. Deus é Deus de coisas novas, de mudanças.” (p.221)
Mas isso não é tudo: o apóstolo Paulo diz que devemos ser imitadores de Deus (Efésios 5:1). Parece óbvio, mas se devemos ser imitadores de Deus, será que não deveríamos copiá-Lo? “Visto que Deus é Deus de renovação e mudança, assim deveríamos ser também.”(p. 222)
Se, como filhos amados, precisamos imitar Deus, precisamos permanecer inovadores, abertos e desejosos de mudanças.
Mas, muitas vezes, o que observamos é que, a cada nova geração, o tradicionalismo torna-se ainda mais radical e rígido do que o período anterior. Encontramos uma tendência ainda maior de se apegar ao tradicionalismo com mais intensidade. E isso não é bom!
Veja um grande exemplo: Neustã! Este foi o nome dado a serpente de bronze que, por mandato de Deus, Moisés construiu para curar aqueles homens que, por causa de sua rebeldia, foram picados por serpentes no deserto, na fuga do Egito. Você acredita que os israelitas arrastaram aquele objeto no deserto, entraram na terra de Canaã (Terra Prometida) e, mesmo depois de várias gerações, ainda adoravam (‘idolatravam’) aquela imagem? A passagem do início desta meditação nos conta isso.“ Lá estavam eles, até agora pendurados àquela velha serpente de bronze que haviam arrastado durante anos.” (p.223)
Mas o que era aquela serpente de bronze? O nome Neustã, em hebraico, quer dizer “uma peça de bronze”. O povo deveria ter jogado aquilo fora! Há muito tempo! Porém, ao contrário disso, estavam adorando-a.
Por isso, se desejamos imitar Deus, como nos aconselha o apóstolo Paulo, precisamos nos livrar das ‘Neustãs’ de nossa vida! Lixo para Neustã! E todos aqueles que querem viver acima da mediocridade, precisam obrigatoriamente serem verdadeiros padrões de inovação, transformação e mudanças!
Que Deus nos abençoe!
Pr. Thiago Mattos.
*Baseado em SWINDOLL, Charles R. “Como viver acima da mediocridade: Levando a sério o seu compromisso com a excelência. São Paulo:Editora Vida, 2009.”

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O TRADICIONALISMO NOS TEMPOS DE JESUS – LUCAS 5:27-39*


“E ninguém, depois de beber o vinho velho, prefere o novo, pois diz: ‘O vinho velho é melhor’” – Lucas 5:39

O ‘tradicionalismo’ na época de Jesus era sinônimo de farisaísmo. Os fariseus encontravam identidade e eram ‘viciados’ nas tradições. A vida deles era ‘modelo’ de tradicionalismo. E quando Jesus encontrava estes homens, inevitavelmente, encontrava o tradicionalismo também!
Quando Jesus chama Levi (ou Mateus) para ser seu discípulo, Levi prontamente começa a caminhar com Jesus. E, por isso, promove um banquete em sua casa. Note que o evangelista Lucas, ao nos contar quem são os convidados, os identifica como sendo “publicanos e outras pessoas” (v.29). No entanto, os fariseus perguntam: “Por que vocês comem e bebem com publicanos e ‘pecadores’?” (v.30)
Notou a diferença? Enquanto Lucas os identifica como ‘outras pessoas’, os fariseus logo estabelecem seu julgamento: ‘pecadores’. As pessoas que estavam presentes ali eram pessoas normais, reais. Não eram robôs ou bonecos. Nem pessoas que tentavam impressionar alguém. Apenas pessoas normais. Pecadores? Com certeza! Mas eram amigos de Levi que estavam ali para divertirem-se e, provavelmente, se despedir do companheiro de profissão, que, agora, seria um discípulo de Jesus.
Observe que os fariseus estavam indignados com o fato de que os discípulos de Jesus estavam se misturando com aqueles ‘pecadores’ e se divertiam. Porém, o tradicionalismo farisaico cria (e estabelecia como norma para todos) que todos deveriam permanecer separados daquelas pessoas. Ninguém deveria associar-se com pecadores e, de forma alguma, deveriam se divertir com aquelas pessoas.
Mas a resposta de Jesus é genial: “Não são os que tem saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.” (v. 31). Segundo Jesus, são essas pessoas que precisam de cura. Jesus é o médico e sua função é curar esse tipo de gente! Eles precisam de ajuda e Jesus é o único que pode ajudá-las.
A conversa, porém, não se encerrou aí: os fariseus voltaram a atacar Jesus e seus discípulos falando a respeito do jejum. Jesus explica, então, aos fariseus tradicionalistas que, um dia, seus discípulos jejuariam também. E, sabendo que os fariseus provavelmente não compreenderiam esta verdade, Jesus propõe uma parábola para explicar isso falando sobre remendo novo em roupas velhas e vinho novo em odres velhos.
Preste bem atenção: os fariseus demonstravam lealdade extrema às coisas antigas. Conheciam tudo da lei, da história do povo de Israel e, ainda mais, criaram mais de 600 preceitos para que todos pudessem entender como eles interpretavam a lei, moldando, assim, COMO todos deveriam viver. Eles eram a ‘roupa velha’, o ‘odre velho’.
O ‘vinho novo’ do Evangelho é revolucionário. É a mensagem da graça, da liberdade, do perdão, da misericórdia, da esperança. Jamais o ‘odre velho’ do tradicionalismo farisaico poderia conter a nova mensagem (boa nova = Evangelho). Então, com certeza, o ‘odre velho’ do tradicionalismo iria romper-se. O velho não consegue conter o novo.
Os fariseus amavam mais as suas tradições do que o próprio Deus! E essa é a essência do tradicionalismo, que é idolatria. No mesmo relato, contado pelo Evangelista Mateus (15:1-20), Jesus chega a dizer: “Assim, por causa da sua tradição, vocês anulam a palavra de Deus.”
Que não nos deixemos iludir com o ‘vinho velho’, mas estejamos sempre abertos para as novidades em Jesus!
Pr. Thiago Mattos.
*Baseado em “COMO VIVER ACIMA DA MEDIOCRIDADE: Levando a sério o seu compromisso com a excelência.” – São Paulo: Editora Vida, 2009.

terça-feira, 17 de julho de 2012

TRADIÇÃO VS. TRADICIONALISMO*


“Portanto, irmãos, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições eu lhes foram ensinadas, quer por viva voz, quer por carta nossa.” – 2 Tessalonicenses 3:15

Acredito que nenhuma igreja está completamente livre de tradições. É verdade que muitas denominações ou comunidades locais sobrevivem debaixo de um lema extraoficial de “não-vivemos-de-tradições”. Porém, muitas vezes não atentam para o fato de que muitas das suas práticas são moldadas por tradições.
Charles Swindoll diz que, para vivermos acima da mediocridade, precisamos “matar o dragão do tradicionalismo”. E ele tem razão! Mas, antes que você se espante, é necessário estabelecermos uma diferença entre tradição e tradicionalismo. Quero te convidar a observar a diferença.
“O tipo certo de tradições fornece-nos raízes profundas – uma rede sólida de verdades confiáveis numa época em que tudo é descartável. Dentre tais tradições, estão aquelas declarações e princípios fortes que nos amarram ao mastro da verdade, quando as tempestades da incerteza erguem ondas de mudança amedrontadoras, sopradas pelos ventos da dúvida.” (p. 206)
Cremos que as tradições certas podem ser abençoadoras, uma vez que são baseadas somente na Palavra, não em invencionices humanas/carnais. O próprio Swindoll (p.206) cita algumas dessas tradições: “a crença na autoridade das Sagradas Escrituras, o conhecimento de Deus, o amor a Deus. O acatamento do senhorio de Jesus Cristo, nossa dedicação leal ao próximo (...)” Todas essas tradições são abençoadoras e baseadas na Bíblia.
O que entendo como tradicionalismo é o apego a certas práticas e ‘crendices’ que não tem embasamento nenhuma na Palavra. Alguns, sobre a égide de “mantermos as tradições dos reformadores”, ofendem a memória de tais homens que tanto defenderam a igreja reformada (‘sempre reformando’). E o argumento para a manutenção de tais práticas é “porque os reformadores agiam assim”.
Existem, porém, muitas práticas dos reformadores que nós não mantemos: João Calvino usava chapéu na igreja. E antes que alguns saiam correndo escolher o modelo, precisamos saber porquê ele usava: “porque a igreja tinha correntes de ar e pombos.” (p. 207)
 Se pudéssemos reduzir a uma expressão, a diferença seria esta: tradição é fé daqueles que morreram e que permanece viva (Hebreus 11:4); tradicionalismo é a fé morta daqueles que permanecem vivos.
Swindoll diz que o tradicionalismo “é manter-se apegado a um costume (...) que se conserva à força e cegamente. É nutrir suspeitas contra o (...) novo, moderno e diferente. É a pessoa encontrar segurança, e até mesmo identidade, naquilo que é familiar (...).” (p. 207) Quem assim procede “acha que a sua vocação é dizer aos outros o que devem fazer e dizer.” (p. 208)
Trazendo pro campo espiritual, “é preferir um sistema legalista à liberdade e renovação do Espírito – é estar mais interessado em guardar regras rígidas, de cunho humano, do que permanecer flexível, aberto à criatividade e à inovação.” (p. 208).
Por isso, queridos, precisam viver acima da mediocridade, “permitindo que haja lugar para as coisas não experimentadas, imprevisíveis, inesperadas – e durante o tempo todo mantendo-nos fiéis à verdade.” (p. 208)
Pr. Thiago Mattos.
*Texto baseado e extraído do capítulo 10 de “Como viver acima da mediocridade: Levando a sério o seu compromisso com a excelência.” – São Paulo: Editora Vida, 2009

terça-feira, 3 de julho de 2012

ALEGRIA NO SENHOR


“Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita” – Salmo 16:11

            Todos querem ser felizes. Acredito ser impossível encontrarmos alguém que diga que o maior desejo do seu coração é ser infeliz, ter uma vida triste. Afinal, todos querem desfrutar de uma vida alegre, cheia de prazer.
            Ao contrário do que muitos pensam, não existe nada de errado na busca pelo prazer. Deus nos criou para desfrutarmos da Sua presença santa. E nosso Catecismo Maior de Westminster apresenta essa verdade logo em sua primeira afirmação quando diz que “o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e GOZÁ-LO para sempre.”
            Nosso dilema, como seres humanos, é que nos contentamos com muito pouco. Dizemos que as crianças não precisam de muito para se divertir, mas, descobrimos que, nisso, somos como elas: nos alegramos, sentimos prazer em coisas tão pequenas.
            Ficamos felizes quando o nosso time ganha, quando recebemos um aumento, quando somos aprovados em algum concurso, quando nos encontramos com os amigos e familiares. E não existe nada de errado com isso. Encontramos problemas, porém, quando essas coisas não acontecem (o time perde, sofremos algum revés profissional ou não conseguimos estar com aqueles que gostamos).
Por isso, não podemos ‘limitar’ nossa alegria a essas coisas e não nos alegramos em Deus. Quando temos prazer apenas nessas pequenas coisas e esquecemos que podemos desfrutar de “eterno prazer” à direita de Deus. Além disso, todas as coisas boas da vida devem ser vividas em Deus. Se não, serão apenas momentos de alegria. E nós não fomos criados para termos ‘momentos’ de alegria. Fomos criados para desfrutarmos dEle para sempre; para termos “eterno prazer à sua direita”.
            A verdade é que todas as coisas boas que nos acontecem são como nada perto do prazer que podemos desfrutar em Deus. O apóstolo Paulo nos instrui a termos a nossa alegria no Senhor (Filipenses 4:4). Não nas situações, não em momentos, não em pessoas, vitórias ou promoções. No Senhor!
            Se seguimos a ordem de Paulo para nos alegrarmos sempre no Senhor, sempre provaremos de plenitude de alegria, independente das circunstâncias. Até em momentos não tão favoráveis assim...
            Que possamos descobrir e, ainda mais, desfrutar dessa alegria plena na presença de Deus.
Em Cristo,
Pr. Thiago.