Páginas

sexta-feira, 2 de março de 2012

OS ABENÇOADOS – Misericórdia

“Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.” – Mateus 5:7
            Podemos dividir as nove Bem-aventuranças que Jesus nos ensina no Sermão do Monte em duas partes. A primeira, até a mansidão (vs. 6), trata especificamente da nossa atitude para com Deus. Mas, a partir daqui (vs. 7), Jesus passa a nos ensinar sobre a nossa própria atitude para com os seres humanos. É verdade que, no entanto, a própria mansidão precisa ser expressa diante dos homens também.
            Evidentemente, os misericordiosos são aqueles que demonstram misericórdia para com os homens. Misericórdia é a demonstração efetiva de compaixão pelas pessoas que necessitam de alguma coisa. No entanto, é importante percebermos a diferença entre graça e misericórdia. A graça é quando recebemos algo bom quando não merecemos (a salvação, por exemplo). Misericórdia é o inverso: merecemos algo ruim e não recebemos (a punição pela nossa pecaminosidade, por exemplo).
            Por isso, podemos perceber que a graça de Deus é o que nos perdoa, purifica e nos faz provar dos benefícios de sermos filhos do Pai, através de Jesus. A misericórdia, por sua vez, concede alívio, cura e ajuda.
            Em Cristo, Deus nos perdoou de nossos pecados e deixou nossa pecaminosidade impune pela sua misericórdia. Por isso, ao compreendermos que nosso Deus é verdadeiramente misericordioso, precisamos exercer misericórdia também, afinal somos cidadãos de Seu Reino.
            Quando nos ensina sobre a misericórdia, Jesus diz que os abençoados são aqueles que exercem misericórdia por outras pessoas que passam qualquer tipo de necessidade.
            Erroneamente, muitos pensam que podem ser merecedores da misericórdia de Deus, pois tem exercido a misericórdia por outras pessoas. Mas a misericórdia que praticamos em favor do nosso próximo não é um escambo para obtermos a misericórdia de Deus. Ao contrário, o que o texto ensina é que “não podemos proclamar que nos arrependemos de nossos pecados se não formos misericordiosos para com os pecados [ou necessidades] dos outros. Nada nos impulsiona mais ao perdão do que o maravilhoso conhecimento de que nós mesmos fomos perdoados.”*
            É por isso que compreendemos que perdoar e ser perdoado, demonstrar misericórdia e receber misericórdia andam inseparavelmente. Se você foi perdoado por Deus em Cristo, deve perdoar também. Se Deus exerceu misericórdia sobre sua vida, você deve exercer misericórdia sobre a vida de outras pessoas.
“Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?’ Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmã.” – Mateus 18:32-35
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos
*John Stott em “Contracultura Cristã: a mensagem do Sermão do Monte.” Editora ABU, p. 23