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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

OS ODRES NOVOS SÃO ESSENCIAIS*


“E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os odres; entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos e ambos se conservam.” – Lucas 5:37,38

Em uma aula no seminário, Rev. Fernando Enéias contou que, certa vez, estava andando com seu pai por uma plantação. E, enquanto caminhava e observava as plantas e animais, sentiu muita sede! Seu pai, então, fez um ‘copinho’ com uma folha enrolada e enchendo de água, em uma fonte, aliviou sua sede.
Quando terminou de contar esta história, questionou aos alunos o que havia matado a sede: a água ou o ‘copinho’ de folha? Todos disseram que foi a água. Diante da conclusão dos alunos, Rev. Fernando Enéias ilustrou como nós, seres humanos, temos uma tendência muito grande de valorizarmos demais a forma em detrimento do conteúdo. O que alivia a sede é a água. Não importa o que você vai usar: uma caneca, um copo, um ‘copinho’ de folha, ou a mão! O que importa é que a água traz alívio pra sede!
Você já imaginou se, a partir daquele dia, os alunos (muitos deles, hoje, são pastores) só bebessem água em um ‘copinho’ de folha enrolada? Seria cômico, para não dizer trágico. Mas, muitas vezes, em nossa vida espiritual e em nossa vida como igreja, fazemos o mesmo. Valorizamos muito mais o ‘copinho’ que a água em si. Valorizamos muito mais a forma que o conteúdo. Precisamos estar atentos para que, como igreja, não nos deixemos escravizar pela forma.
No entanto, admitimos que a forma é importante. Nunca conseguiremos abençoar a nossa geração se não compreendermos a ‘forma’ como pensa a nossa geração! E, por isso, precisamos estar atentos aos ‘odres novos’ em que depositaremos o ‘vinho novo’.
Charles Swindoll diz que “todas as gerações sofrem a tentação de tentar restringir as obras e os métodos de Deus.” (p. 224) Isso acontece porque a maioria das pessoas gosta de ‘manter’ as coisas como estão. “Muitas pessoas sentem-se constrangidas porque se sentem ameaçadas”(p.225). Sentem-se desconfortáveis em meio a mudanças e, por isso, preferem pela manutenção ao invés da transformação!
Porém, o vinho novo não pode ser colocado em odres velhos. O vinho novo do Evangelho sempre será NOVO. Nunca perde a validade, nunca torna-se velho. Mas ele precisa sempre ser armazenado em odres novos.
No entanto, é importante lembrar que o que interessa é o vinho. Não o odre. O odre é apenas um vasilhame. É apenas a forma! Estamos interessados no conteúdo.
Estamos cercados de inovações tecnológicas! Filmes, televisão, computadores. Novos estilos de música. Novos métodos. Mas todas essas coisas são apenas os odres! O que nos interessa é o vinho! “O vinho permanece bom e sadio porque veio de Deus. E os odres? No que concerne aos odres, precisamos ser flexíveis.” (p.225 e 226)
Precisamos nos precaver da tentação de ‘vestir’ o cristianismo do séc. XXI com as roupas das décadas de 70, 80 ou 90. E precisamos, com maior zelo ainda, nos proteger da tentação de nos manter perdidos olhando para o séc. XVI ou XVII. “Se não exercermos vigilância, ficaremos tão comprometidos com ‘o jeito como éramos’ que embotaremos o fio cortante das coisas realmente importantes e deixaremos esta geração no pó. Repito: OS NOVOS ODRES SÃO ESSENCIAIS.” (p. 226)
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.
*Baseado e extraído de SWINDOLL, Charles R. “Como viver acima da mediocridade: Levando a sério o seu compromisso com a excelência.” São Paulo: Editora Vida, 2009.