“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um
e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a
Deus e às riquezas.” – Mateus 6:24
A
quem você serve? Se você é verdadeiramente um cristão, você deveria servir a
Deus. Jesus é muito claro quando diz que não podemos servir a dois senhores. Ou
somos servos de Deus e nossas riquezas nos servem (e, consequentemente, servem
a Ele) ou servimos nossas riquezas e (pensamos que) Deus nos serve.
Algumas
versões mais antigas, ao invés de ‘riquezas’, dizem ‘Mamom’. Isso acontece
porque Mamom é uma transliteração da palavra aramaica (língua que Jesus falava)
para riqueza. O que Jesus está nos ensinando é que ou servimos a Deus ou
servimos a outros deuses, como a riqueza. Jesus é radical! Não existe outra
possibilidade!
Algumas
pessoas pensam que essa afirmação de Jesus é muito rígida, que não serve para
os nossos dias, ou, então, que é possível servir, sim, a dois senhores. Muitos
estão tão acostumados a viverem a vida com Deus apenas dominicalmente que já
nem percebem que servem a dois senhores. Aos domingos servem a Deus, durante a
semana servem às riquezas. Ou pior: a Deus com os lábios e às riquezas com o
coração!
E
é esta ‘solução’ que Jesus diz ser impossível: “Ninguém pode servir a dois
senhores...” Aqueles que tentam, malignamente, se encaixar nesta realidade é
porque não querem viver a realidade de Jesus em suas vidas e estão esquecendo
que Jesus pagou um preço muito alto pelas suas vidas. Não somos donos de nós
mesmos. Jesus é o nosso dono! Ele nos comprou!
Aqueles
que tentam servir a dois senhores esquecem que somos escravos e que escravos
não são donos de nada. Pelo contrário, tudo o que temos, temos porque nosso
Senhor nos proporcionou. “Pode-se trabalhar para dois empregadores, mas nenhum
escravo pode ser propriedade de dois senhores, pois ter um só dono e prestar
serviço de tempo integral são da essência da escravidão.”*
Essa afirmação é uma
proposta de vida: ou servimos a Deus, ou servimos a outros deuses (riquezas). E
a verdade por trás dessas palavras nos coloca em uma situação bastante
constrangedora: qualquer pessoa que divide sua adoração entre Deus e às
riquezas, já entregou seu coração às riquezas e está empenhado em servi-las.
Afinal, Deus só pode ser servido com devoção total e exclusiva. Simplesmente,
porque Ele é Deus! Tentar dividir nossa lealdade é idolatria.
“E quando percebemos a
profundidade da escolha entre o Criador e a criatura, entre o Deus pessoal e
glorioso e essa coisinha miserável chamada dinheiro, entre a adoração e a
idolatria, parece inconcebível que alguém faça a escolha errada, pois agora é
uma questão não apenas de durabilidade e benefício comparativos, mas sim de
valor comparativo: o valor intrínseco de um e a intrínseca falta de valor do
outro.”*
Em Cristo,
Pr. Thiago
Mattos.
*STOTT,
John R. W. “A Mensagem do Sermão do Monte: Contracultura Cristã.” São Paulo:
ABU Editora, 2008.