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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

MORDOMIA CRISTÃ – Parte 3


“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” – Mateus 6:24

            A quem você serve? Se você é verdadeiramente um cristão, você deveria servir a Deus. Jesus é muito claro quando diz que não podemos servir a dois senhores. Ou somos servos de Deus e nossas riquezas nos servem (e, consequentemente, servem a Ele) ou servimos nossas riquezas e (pensamos que) Deus nos serve.
            Algumas versões mais antigas, ao invés de ‘riquezas’, dizem ‘Mamom’. Isso acontece porque Mamom é uma transliteração da palavra aramaica (língua que Jesus falava) para riqueza. O que Jesus está nos ensinando é que ou servimos a Deus ou servimos a outros deuses, como a riqueza. Jesus é radical! Não existe outra possibilidade!
            Algumas pessoas pensam que essa afirmação de Jesus é muito rígida, que não serve para os nossos dias, ou, então, que é possível servir, sim, a dois senhores. Muitos estão tão acostumados a viverem a vida com Deus apenas dominicalmente que já nem percebem que servem a dois senhores. Aos domingos servem a Deus, durante a semana servem às riquezas. Ou pior: a Deus com os lábios e às riquezas com o coração!
            E é esta ‘solução’ que Jesus diz ser impossível: “Ninguém pode servir a dois senhores...” Aqueles que tentam, malignamente, se encaixar nesta realidade é porque não querem viver a realidade de Jesus em suas vidas e estão esquecendo que Jesus pagou um preço muito alto pelas suas vidas. Não somos donos de nós mesmos. Jesus é o nosso dono! Ele nos comprou!
            Aqueles que tentam servir a dois senhores esquecem que somos escravos e que escravos não são donos de nada. Pelo contrário, tudo o que temos, temos porque nosso Senhor nos proporcionou. “Pode-se trabalhar para dois empregadores, mas nenhum escravo pode ser propriedade de dois senhores, pois ter um só dono e prestar serviço de tempo integral são da essência da escravidão.”*
Essa afirmação é uma proposta de vida: ou servimos a Deus, ou servimos a outros deuses (riquezas). E a verdade por trás dessas palavras nos coloca em uma situação bastante constrangedora: qualquer pessoa que divide sua adoração entre Deus e às riquezas, já entregou seu coração às riquezas e está empenhado em servi-las. Afinal, Deus só pode ser servido com devoção total e exclusiva. Simplesmente, porque Ele é Deus! Tentar dividir nossa lealdade é idolatria.
“E quando percebemos a profundidade da escolha entre o Criador e a criatura, entre o Deus pessoal e glorioso e essa coisinha miserável chamada dinheiro, entre a adoração e a idolatria, parece inconcebível que alguém faça a escolha errada, pois agora é uma questão não apenas de durabilidade e benefício comparativos, mas sim de valor comparativo: o valor intrínseco de um e a intrínseca falta de valor do outro.”*
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.
*STOTT, John R. W. “A Mensagem do Sermão do Monte: Contracultura Cristã.” São Paulo: ABU Editora, 2008.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

MORDOMIA CRISTÃ – Parte 2


“O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate.” – Provérbios 15:13

            Durante todo esse ano, Deus muito ministrou em minha vida a respeito da alegria. Como consequência disso, preguei, ensinei, aconselhei e discipulei muito a respeito da alegria que devemos ter na presença de Deus. Uma alegria jubilosa, de alguém que encontrou o maior tesouro que poderia ser achado! Uma alegria que transborda o nosso entendimento, bem como nossos sentimentos.
            E é evidente que essa alegria também precisa se manifestar na nossa vida como mordomos de Deus. Ele tem nos abençoado tanto que não podemos nos conter: nos alegramos por pertencermos a Ele e por sabermos que “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (I Pedro 1:17). Deus é quem nos abençoa com nosso sustento, com a provisão e com a força para trabalharmos.
            Isso deve trazer grande alegria pro nosso coração! Mas, honestamente, o que tenho percebido é que, em muitas ocasiões, a falta de alegria, a desconfiança, o excesso de criticidade e a falta de fé ficam evidentes quando surge a questão da contribuição financeira.
            Quando o apóstolo Paulo escreve a igreja em Corinto, precisamos nos lembrar que tratava-se de uma igreja abastada. Uma igreja que havia sido convocada para abençoar aqueles que lideravam a igreja cristã da época na cidade de Jerusalém, pois mesmo sendo a igreja-mãe de quase todas as igrejas cristãs da época, sofria privações tremendas. Tinha grande necessidade de ajuda. E, por isso, Paulo trabalhava no levantamento de fundos para essa igreja.
            Paulo demonstra sua lógica através de uma analogia agrícola: “... aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará.” (2 Coríntios 9:6). Em outras palavras: “Você quer colher pouco ou muito? Se quer colher muito, semeie com fartura.”
            Por isso, podemos perceber que, ainda que muitos se surpreendam com isso, muitas passagens da Bíblia associam a alegria à generosidade. Se não fosse assim, Paulo não teria dito: “Cada contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.” (vs. 7).
            “A palavra original para ‘com tristeza’ significa ‘relutantemente’. Contém a ideia de apegar-se a algo, porque a pessoa não deseja abrir mão dela.”(*) Muitas vezes, vemos irmãos que, quando diante do gazofilácio, agem como crianças mimadas e egoístas que se recusam a perceber que tudo vem de Deus (“Esse carrinho é meu!”). Ou pior: como adultos ‘intelectuais e maduros’ que se recusam a serem enganados (“Eu não vou dar dinheiro pra pastor...”).
            Ah, se você soubesse o quanto já perdeu por ser ‘adulto’ ou ‘criança’... “Eu não perdi nada!” Será? “... o que semeia com fartura com abundância também ceifará.” Tenho certeza que sim!
            “Você sabe por que Deus ama o alegre doador? Porque o alegre doador dá generosamente. Ele não possui qualquer bem especial, dom, perícia ou quantia de dinheiro a que se apegue relutantemente. Não. Quando o coração está cheio de alegria, é espantoso como ele faz os bolsos virarem às avessas. Diferentemente da maioria medíocre, os que levantam voo sublime estão sempre cheios de uma alegria que se expressa em generosidade própria de um coração grande.”(*)
Em Cristo,
Pr. Thiago.
(*)SWINDOLL, Charles R. “Como viver acima da mediocridade: levando a sério o seu compromisso com a excelência”. São Paulo: Editora Vida, 2009.”