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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

OS ABENÇOADOS - Transformação

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos." - Mateus 5:6
            Compreendemos que todos os cristãos precisam manifestar as Bem-aventuranças. Estas não são qualidades de apenas alguns, mas todos os verdadeiros cristãos precisam ser caracterizados por estas virtudes espirituais. Devem fazer parte de nosso caráter cristão. E, se não fazem, precisamos buscar, em Deus, tratamento para o nosso coração.
            Aqueles que dependem unicamente de Deus, que choram por uma condição espiritual absolutamente corrompida, que agem, pensam e falam com mansidão, devem ter fome e sede de justiça.
            A Bíblia nos ensina que existem três aspectos de justiça: o legal, o moral e o social. Mas sobre qual delas Jesus estaria ensinando aqui? Seria a justiça legal? Ao contrário do que muitos podem imaginar, a justiça legal não é regida pelas leis de um Estado soberano, mas é a base de um relacionamento verdadeiro com Deus. O ato, através do qual, Deus justifica o pecador e o chama para desfrutar desse condição debaixo da Graça. Este ato é conhecido por justificação.
            Como este é um ato de Deus no homem, entendemos que todo verdadeiro discípulo de Cristo precisa, antes de mais nada, ser justificado por Deus. E, como Jesus está ensinando aos seus discípulos (e, consequentemente, a nós também), entendemos que todos que o ouviam (a exceção, provavelmente, de Judas Iscariotes) já haviam sido justificados. Por isso, entendemos que Jesus não estava falando dessa justiça legal.
            A justiça que Jesus ensina aqui (vs. 6) não pode ser realizada pelo homem, uma vez que trata-se de uma justiça perfeita, ilimitada, eterna e, principalmente, espiritual. E essa justiça perfeita só pode ser encontrada em Deus. 
             Seguindo a lógica do ensinamento de Jesus, podemos perceber que Jesus está falando da justiça moral: a retidão do caráter do cristão verdadeiro. É a conduta de acordo com a vontade de Deus. Se não, vejamos: Jesus está falando de uma condição de total dependência de Deus (humildes de espírito - vs. 3) e que sofrem por esta condição (choram - vs. 4). Além disso, são homens e mulheres que agem com mansidão (vs. 5), mesmo quando acusados de sua pecaminosidade.
            São estes que, verdadeiramente, estão famintos e sedentos de justiça por causa da sua condição. Batalham para que seu caráter seja transformado de acordo com a vontade de Deus.
            Mas não apenas isso: também estão famintos e sedentos de justiça por causa da condição de pecaminosidade e maldade expressa no mundo por causa da humanidade em geral. E, por isso, precisam batalhar pra que a sociedade também seja, cada vez mais, transformada de acordo com a vontade de Deus.
            Viver a justiça não é apenas um relacionamento de retidão com Deus, mas é batalhar por uma sociedade mais reta diante de Deus. É, por isso, batalhar pra que exista justiça social, ou seja, "a libertação do homem da opressão, junto com a promoção dos direitos civis, da justiça nos tribunais, da integridade nos negócios e da honra no lar e nos relacionamentos familiares."*
            É evidente, porém, que nunca teremos nossa fome e sede satisfeitas plenamente aqui, nesta vida. Aguardamos o dia em que a justiça reinará e que a injustiça será, finalmente, derrotada.
            Que possamos, cada vez mais, batalhar por transformação! Transformação em nosso caráter e, também, transformação em nossa sociedade.
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.
*John Stott em "Contracultura Cristã", editora ABU. (P. 21)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

OS ABENÇOADOS – Mansidão


“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” (Mateus 5:5)
            A próxima característica que Jesus passa a ensinar aos seus discípulos é a MANSIDÃO. Todos nós precisamos aprender com Jesus porque ele mesmo se declara como sendo “manso e humilde de coração” (Mateus 11:29).
Quando o próprio Cristo nos motiva a aprender a mansidão é porque Ele, conhecendo a nossa humanidade imperfeita, completamente dependente de Deus e que necessita de arrependimento, sabe que não é nada fácil exercê-la. Ainda mais quando consideramos que, em nossa sociedade, a mansidão não tem sido mais considerada uma virtude.
Nos dias de hoje, alguém manso ou humilde é, erroneamente, visto como um ‘bobo’, um tolo, alguém que pode ser facilmente enganado. Porém, evidentemente, este não é o significado bíblico da mansidão. A palavra que Jesus usa para se referir aos mansos poderia ser também traduzida por gentil, humilde, cortês, amável. Qualidades que encontramos em pessoas equilibradas, que exercitam o autocontrole.
É importante lembrar que nenhuma das Bem-aventuranças é desvinculada das outras. Por isso, quando atentamos para os versículos anteriores, podemos lembrar que aqueles que choram (no versículo anterior – vs.4) são aqueles que se arrependem da sua própria condição como seres humanos dependentes espiritualmente de Deus (vs.3). E a mansidão que acompanha estes seres humanos arrependidos demonstra a correta análise e a estimativa precisa a respeito de si mesmo.
Podemos compreender isto da seguinte forma: temos uma relativa facilidade de reconhecermo-nos como pecadores diante de Deus e, particularmente, diante de nós mesmos. Mas não gostamos que ninguém fique nos dizendo isso.
Dr. Martyn Loyd-Jones (pastor e teólogo inglês) diz muito sabiamente que “a mansidão é, em essência, a verdadeira visão que temos de nós mesmos, e que se expressa na atitude e na conduta para com os outros... O homem verdadeiramente manso é aquele que fica realmente pasmo ante o fato de Deus e os homens poderem pensar dele tão bem quanto pensam, e de que o tratem tão bem.”* São esses que vão herdar a terra.
Neste versículo, Jesus está, claramente, mencionando o Salmo 37, onde aprendemos: “... os que esperam no Senhor possuirão a terra.” (vs. 9); “Mas os mansos herdarão a terra...”(vs. 11); “Aqueles a quem o Senhor abençoa possuirão a terra...” (vs. 22). E todos essas atitudes de fé continuam absolutamente válidas até os nossos dias.
Normalmente pensamos que são os fortes, ‘valentões’ e corajosos que herdarão a terra; aqueles que lutam serão os vencedores! Mas Jesus nos ensina diferente: nossa herança espiritual em Cristo não é obtida pela força, mas pela mansidão.
Por isso, “os ímpios podem vangloriar-se e exibir-se, mas a verdadeira possessão foge ao seu controle. Os mansos, por outro lado, embora sejam despojados e privados dos seus direitos pelos homens, sabem o que é reinar com Cristo, e podem desfrutar e até mesmo ‘possuir’ a terra, a qual pertence a Cristo. Então, no dia da ‘regeneração’, haverá ‘um novo céu e uma nova terra’ para herdar.”**
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.
*Citado em “Contracultura Cristã: A mensagem do Sermão do Monte.” John Stott, editora ABU. P.21
**John Stott em “Contracultura Cristã: A mensagem do Sermão do Monte.” Editora ABU. P.21.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

OS ABENÇOADOS - Arrependimento

"Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados." - Mateus 5:3
            O termo 'bem-aventurado' pode também ser expressado por 'muito mais do que felizes', 'abençoados' ou, simplesmente, 'felizes'. Considerando esta segunda bem-aventurança, parece bastante irônico da parte de Cristo dizer que aqueles que choram são felizes. Ou quase poderíamos dizer 'Felizes são os infelizes'.
            É evidente, porém, por causa do contexto, que esta passagem não está se referindo ao choro de alguém que perdeu uma pessoa querida, ou passa por alguma necessidade. Essa tristeza que ocasionou o choro é a manifestação de uma realidade espiritual. É o choro causado pela "perda da sua inocência, de sua justiça, de seu respeito próprio. Cristo não se refere à tristeza do luto, mas à tristeza do arrependimento."*
            Como disse no artigo anterior, as Bem-aventuranças fala a respeito do caráter do cristão. E, obrigatoriamente, de todo cristão. Quando não encontramos em nosso caráter determinada bem-aventurança, entendo que precisamos buscá-la diante de Deus e sermos tratados por Ele para termos uma índole de acordo com a sua vontade.
            Por isso, dentre os estágios de um caráter cristão saudável e de acordo com a vontade de Deus, precisamos entender que a vida cristã não será sempre "às mil maravilhas". Ao mesmo tempo que precisamos nos alegrar em Cristo pela salvação, precisamos nos entristecer (chorar) pela nossa condição de pecadores e, mais que isso, por causa da pecaminosidade e maldade do homem.
            Se somos pobres de espírito (Mateus 5:3 - Dependência de Deus), precisamos chorar por causa dessa nossa condição (Mateus 5:4 - Arrependimento). É necessária tanto a confissão, quanto a contrição.
            Porém, precisamos observar que existe uma promessa para esse coração contrito: a consolação. Não podemos pensar que nosso Deus é um Deus sádico e que se agrada da nossa tristeza. A Bem-aventurança não está relacionada com a manifestação do caráter ('os que choram' manifesta o arrependimento dos que crêem), mas, com certeza, está vinculada ao resultado da ação de Deus na vida do cristão ('serão consolados').
            O único consolo que podemos encontrar ao chorarmos por causa da nossa condição de pecadores é o perdão gracioso de Deus. Somos consolados porque entendemos que, em Cristo, estamos perdoados. Mas ainda choramos porque percebemos e vemos a maldade, a morte e o pecado devastando o mundo inteiro. Porém, mesmo nessas circunstâncias, aguardamos pacientemente o estado final de glória, o Consolo completo de Jesus, pois lá não haverá lágrimas, dores ou medos. Estaremos livres da maldade e do pecado. E ali veremos o cumprimento do que se diz: "Ele enxugará dos olhos toda lágrima." (Apocalipse 7:17).
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

OS ABENÇOADOS - Dependência de Deus

"Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus." - Mateus 5:1
            É muito difícil escrever sobre 'bênçãos' em nossa cultura evangélica brasileira. Estamos impregnados de conceitos, formatos e ideais totalmente contrários a Revelação de Deus (Escrituras Sagradas) a respeito das 'bênçãos'.
            Nunca estamos satisfeitos com as bênçãos que temos recebido. Parece que não estamos contentes (Fp 4:11) com a nossa vida, com a nossa história, e estamos sempre pedindo mais bênçãos. Creio que não estamos errados ao orarmos por bênçãos, mas é evidente que precisamos nos lembrar que não é a nossa oração, a nossa 'determinação', a nossa 'profetização', nem tampouco a nossa retidão, que vai atrair essas bênçãos pra nós. Sempre precisamos nos lembrar que o nosso Deus é um Deus gracioso e, por isso, todos os seus atos são movidos por Sua Graça e nunca podemos 'negociar' com Deus.
            Todos nós gostamos de receber bênçãos de Deus. E isso é muito bom! Porém corremos o risco de não compreendermos a profundidade do ensinamento e do tratamento que Deus quer trazer para nós ao recebermos ou não essas bênçãos. E ninguém melhor que o próprio Cristo, em seu Sermão do Monte, para nos ensinar a respeito de 'bênçãos'.
            Neste sermão, Jesus ensina aos seus discípulos o que é ser verdadeiramente abençoado (bem-aventurado; felizes). E, ensinando aos seus discípulos, Jesus ensina a nós também demonstrando que as conhecidas bem-aventuranças devem ser características de todos os cristãos.
            E a primeira delas (transcrita acima), a pobreza (humildade) de espírito demonstra a nossa HUMILDE E TOTAL DEPENDÊNCIA DE DEUS. Ser pobre de espírito é "reconhecer a nossa pobreza espiritual ou, falando claramente, a nossa falência espiritual diante de Deus, pois somos pecadores, sob a santa ira de Deus, e nada merecemos além do juízo de Deus. Nada temos a oferecer, nada a reivindicar, nada com que comprar o favor dos céus."*
            Não temos nenhum outro refúgio a não ser o próprio Deus. Se tentamos nos refugiar nas riquezas, corremos grandes riscos. Se nos refugiamos em nosso lar, corremos riscos. Se o nosso trabalho é nosso refúgio, corremos riscos. A única forma de não corrermos riscos é corrermos pra Deus, a nossa fortaleza e refúgio.
            E, em um refúgio tão perfeito, somos tremendamente abençoados. Em mundo de incertezas e instabilidades, ninguém pode ser tão abençoado como o pobre de espírito que encontra em Deus o seu refúgio.
"Abençoados são vocês, que nada mais têm a oferecer. Quando vocês saem de cena, há mais de Deus e do seu governo." - Mateus 5:1 ("A Mensagem" - Bíblia em Linguagem Contemporânea)
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.
*STOTT, John. "Contracultura Cristã: A mensagem do Sermão do Monte". (P. 19)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NÃO SEJA UM CRISTÃO MEDÍOCRE!

"Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo." - II Pedro 1:8
Tenho sido muito edificado pelas palavras de Charles Swindoll no livro "COMO VIVER ACIMA DA MEDIOCRIDADE - Levando a sério o seu compromisso com a excelência" (publicado pela Editora Vida). Swindoll escreve que a vida do cristão no Reino de Deus (submisso ao Governo de Deus) deve ser comprometida com a excelência e, de forma alguma, deve se contentar com a mediocridade.
A leitura me fez refletir sobre diversas coisas. Uma delas é que dificilmente, através de aconselhamentos e discipulados, encontro algum cristão que está absolutamente satisfeito com a profundidade de seu relacionamento com Deus. Normalmente, vejo algumas pessoas que tem uma vida diária de oração, que servem eficaz e fielmente ao Senhor em suas igrejas, mas que, por um motivo ou outro, estão insatisfeitas com sua maturidade na fé.
Acredito que muitos de nós somos assim: críticos ao olharmos para a nossa própria vida com Deus e insatisfeitos com a nossa caminhada de fé. Porém, ao mesmo tempo em que facilmente nos compreendemos assim, dificilmente procuramos formas efetivas de melhorarmos.
O texto em questão (II Pedro 1:5-11), nos demonstra que não podemos nos acomodar em nossa caminhada cristã. Precisamos crescer na fé, na virtude, no conhecimento, no domínio próprio, na perseverança, na piedade, na fraternidade e no amor! Que 'pacotão' precioso! Se pudéssemos resumir a vida cristã excelente teríamos que passar por todas essas características. Através de oito expressões, o apóstolo Pedro une a vida de oração com a vida em comunidade. O conhecimento da vontade de Deus com o conhecimento do nosso coração. O servir a Deus e a exortação.
Muitas vezes, nos contentamos no fato dessas características existindo em nós, mas a palavra do apóstolo Pedro sugere uma melhora! Ela sugere a busca pela excelência. Precisamos de algumas posturas e virtudes 'aumentadas' em nossas vidas.
Que possamos nos esforçar para crescermos em nossa maturidade cristã. Que possamos aprender a viver a excelência do Reino de Deus.
"Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora." - II Pedro 1:9
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

IGREJA - CELEBRAÇÃO DA COMUNHÃO


"Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima." - Hebreus 10:25
            Quão relevante é, para você, a vida em comunidade? Você tem provado de refrigério e cura ao frequentar a sua igreja? Você tem sido edificado pela Palavra de Deus e pela ação do Espírito em sua igreja?
            Poderíamos responder a essas perguntas simplesmente dizendo sim ou não. E a exortação permaneceria a mesma: se sim, continue a frequentar sua igreja; se não, continue a frequentar sua igreja. Porém, nós precisamos considerar algumas coisas com relação a vida em comunidade.
            Muitas vezes, pensamos que, por frequentarmos a igreja, não encontraremos nela pessoas 'tão pecadoras'. Porém, a verdade é que todos os que se encontram na igreja estão em processo de tratamento e, por isso, tão sujeitos a falhas e pecados quanto todo mundo.
            Outras vezes, pensamos que o nosso culto poderia ser 'assim' ou 'assado' e, por isso, deixamos de ir a igreja. E, ao fazermos isso, nos esquecemos que o culto não é para nós, mas para Deus.
            E outras vezes, ainda, achamos que 'está muito frio' (ou 'muito quente', ou 'chovendo muito', ou a televisão é mais relevante, e tantas outras desculpas) e, por isso, deixamos de ir na igreja. No entanto, precisamos nos lembrar que é no seio da igreja que provamos de refrigério, provamos de cura e, ali, a Palavra de Deus está sendo pregada. Nenhum lugar no mundo é mais interessante que o  lugar onde a Bíblia está sendo pregada.
            Precisamos considerar a seriíssima exortação do escritor bíblico: "Não deixemos de congregar-nos..." Não podemos deixar de viver em comunhão. Não podemos deixar de provar de algo tão especial que é a unidade da família da fé.
            Mas também precisamos considerar que não estamos na igreja apenas para sermos abençoados, pois tão importante quanto as primeiras indagações são alguns questionamentos semelhantes: você tem se disposto a abençoar sua igreja? Quanto você tem doado de si mesmo para servir sua igreja e as pessoas que lá se encontram?
            Ainda que passemos por um tempo de deserto, achando que não estamos provando nada novo da parte de Deus, achando que o nosso culto está muito 'frio' ('quente', ou 'morno'...), precisamos nos dispor a estarmos juntos para abençoar!
Naquele que nos tornou povo quando não eramos povo,
Pr. Thiago.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O BOM LEGADO DE UM BOM PAI


"Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te a terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei (...) Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! (...) Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto(...)" - Gênesis 22:2,7 e 8.
            Creio que todo pai se preocupa em deixar um legado ao seus filhos. Uns deixam as riquezas adquiridas ao longo de uma vida inteira de trabalho, outros deixam imóveis, outros deixam suas vocações, outros, ainda, suas experiências ou princípios. Com certeza, os filhos tem a sua vida marcada pelo legado de seus pais.
            Porém, não existe legado mais importante do que a vida com Deus. A vida de fé, a vida de caminhada com Jesus é muito maior e mais significativa na vida de um filho do que qualquer riqueza, experiência, princípio ou vocação. Todas essas coisas são muito boas, porém, passageiras. A vida com Deus é um legado eterno.
            Abraão deixou esse legado ao seu filho, Isaque (leia o capítulo 22 de Gênesis). Qualquer criança ficaria bastante traumatizada ao passar pela experiência que Isaque passou. Evidentemente, Deus não exige isto de mais ninguém. Aquilo foi uma prova para Abraão e, apenas, para Abraão.
            Porém, depois deste momento 'traumatizante', tenho certeza que a vida de Isaque foi impactada pela prova do temor e amor de Abraão por Deus. Abraão estava diante da prova mais difícil que alguém poderia se submeter. Mas, ainda assim, provou sua lealdade a Deus e seu caráter de homem de fé.
            Abraão deveria entregar o que de mais precioso possuía: o filho a quem amava; seu filho Isaque. A Bília não nos conta a respeito do sentimento de Abraão, nem nos fala o que passou pela sua cabeça. Porém, percebemos nele uma atitude tremenda de fé! A brilhante resposta ao seu filho ("Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto...") é a demonstração do legado de fé que Abraão deixou ao seu filho e também a nós, filhos espirituais de Abraão.
            Abraão é considerado o pai da fé por causa do legado que deixou às outras gerações. Que nós, pais 'de sangue' e 'espirituais' de tantos, possamos deixar este legado tão importante aos nossos filhos. Que eles possam aprender conosco o quanto amamos ao nosso Deus, o quanto somos apaixonados por Jesus e dependemos dEle para existirmos.
Feliz Dia dos Pais!
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.  

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

AGOSTO - MÊS DAS MISSÕES E DO PRESBITERIANISMO

"... aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos..." - Habacuque 3:2
            No dia 12 de agosto, nós comemoramos o dia do presbiterianismo. Por causa do grande esforço missionário da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos, nós hoje fazemos parte dessa história. E, por isso, o mês de agosto também é considerado o mês das missões.
            Há aproximadamente 60 anos atrás, a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) era a maior denominação evangélica do país. Tínhamos o maior número de membros, as maiores arrecadações, as igrejas mais atuantes e impactantes nas cidades. E, hoje, com raríssimas exceções, somos o 'traço' nas estatísticas. Não merecemos nem menção nas estatísticas. Somos tão poucos que acabamos incluídos nos 'Outros'.
            Infelizmente, uma grande parte da igreja, hoje, coloca a culpa da nossa falta de crescimento nos enganos e corrupções das outras denominações. E isso falsamente nos exime da responsabilidade que temos de olharmos pros nossos arraiais e percebermos que muita coisa está errada e necessitando de mudança. Necessitando de AVIVAMENTO!
            Tenho percebido pessoas que se apegam tanto a manutenção do presbiterianismo, mas que não se empenham no crescimento das suas igrejas. Pessoas que estão aprisionadas na doutrina calvinista, mas que não vivem a vida cristã. Irmãos (jovens, adolescentes, homens e mulheres) que, enganados, conhecem mais o MUSI (Manual Unificado das Sociedades Internas) do que a 'única regra de fé e prática'.
            Louvo a Deus pela doutrina de nossa igreja. Não existe doutrina mais bíblica do que ela. Todo o escopo doutrinário de nossa denominação é baseado na Bíblia. Louvo a Deus pelo sistema de governo de nossa igreja, pois é embasado na Bíblia e na representação democrática.
            Mas o que não consigo louvar é que estamos nos prendendo (e nos perdendo) em nossa história. E estamos esquecendo de construir a história. Existem milhões (bilhões) de eleitos de Deus que ainda precisam provar da salvação em Cristo. Existem bilhões que necessitam de amparo, de assistência, de consolo e conforto.
            Precisamos, queridos irmãos, provar desse mover de Deus. Precisamos compreender que o nosso Deus age e quer agir também através de nós, como Igreja Presbiteriana do Brasil.
            Que o mês de agosto possa ser o mês de resgatarmos a verdadeira missão da igreja.
Que Deus nos abençoe,
Pr. Thiago Mattos.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A VIDA DE ADORADOR - MINISTÉRIO

"Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!" - (I Pedro 4:11)
            É impossível desvincular o que fazemos no cotidiano do que fazemos na igreja. Muitos se enganam ao pensar que a adoração é o que fazemos na igreja. Isso TAMBÉM é adoração, mas ela não se limita ao tempo de culto. A vida do cristão precisa ser uma vida de adoração!
            Por isso, precisamos adorar em todas as áreas de nossa vida. Principalmente através daquilo que Deus nos salvou para fazermos: o nosso ministério. Todo cristão tem um ministério. Todo cristão é chamado por Deus para realizar a sua função no Corpo de Cristo. Não podemos levar uma vida consistente de adoração caso não saibamos qual é o nosso ministério.
            O primeiro passo para saber para que fomos salvos é SERVIR. Ter disposição para servir e servir efetivamente. Um cristão, chamado para ser mestre e ensinar o povo de Deus, jamais descobrirá isso se não se dispor a ministrar um estudo bíblico. Ninguém vai descobrir se tem o ministério da intercessão se não orar e interceder. Por isso, disponha-se a servir. Em todas as áreas, em todos os momentos, para que, assim, o próprio Deus te mostre onde Ele quer te usar.
            Porém, não podemos pensar que o nosso ministério é 'aquilo que fazemos na igreja'. Não! O nosso ministério é aquilo que fazemos em todos os lugares por onde andamos. Eu não sou pastor apenas na igreja, pois em todo lugar onde estou preciso ser pastor. Se vou dar uma entrevista, sou pastor. Se vou ministrar uma aula, sou pastor. Se escrevo um livro, sou pastor. Assim é na vida de todo aquele que é chamado por Deus para um determinado ministério. Independente, apesar e através da sua profissão!
            Isso precisa ser verdade na vida do adorador! Amar a Deus e ao próximo não é um sentimento 'zen', exotérico. Muito menos um amorzinho 'tchuk, tchuk', bonitinho! Amar a Deus e ao próximo é a nossa vida! Não é à toa que o apóstolo João nos enisna: "Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (I Jo 3:18).
            Aquele que ama, precisa se doar. Doar-se em tudo o que é e com tudo o que tem para servir a Deus e ao próximo. Doar sua vida, conquistas, dons e talentos como demonstração do seu amor a Deus e ao próximo.
Naquele que, por amor, doou-se a si mesmo.
Pr. Thiago Mattos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A VIDA DE ADORADOR - SANTIDADE

"Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores." - João 4:23
            Já dissemos aqui que o verdadeiro adorador é adorador em todo o tempo. Ele não escolhe momentos para adorar, nem tampouco o faz apenas em horários pré-determinados. O adorador, aquele que ama Jesus, vive em adoração.
            Isto quer dizer que em todas as áreas da nossa vida somos/devemos ser adoradores! Na área profissional, na vida familiar, com nossas finanças, na nossa vizinhança, em todos os lugares e momentos precisamos ser adoradores. E, com isso, a nossa vida de santidade precisa ser exercida com esmero.
            A Santificação é a ação do Espírito Santo na qual Ele trata o nosso caráter fazendo com que sejamos totalmente dedicados a Deus. E isso incluí desde a área vocacional (o nosso chamado) quanto o tratamento de pecados.
            Para vivermos uma vida de adoração, precisamos viver uma vida de santidade. A vida de santidade é o exercício constante do arrependimento e da batalha intensa contra o pecado em nossas vidas. Arrependimento porque, por mais que tentemos, ninguém consegue levar uma vida de perfeição e pureza da forma como Deus exige. Por isso nos arrependemos, choramos as nossas falhas e pecados. O arrependimento faz parte da santidade. Aquele que vive em santidade, reconhece que está diante de um Deus absolutamente Santo e, por isso, quando peca, em pensamentos, atos, palavras, intenções e motivações, derrama e quebranta o seu coração diante do Deus Vivo e Verdadeiro.
            Porém, a santidade não pode ser apenas o arrependimento, mas é, também, o abandono de pecados. Não podemos nos acomodar na batalha contra a nossa carne. Precisamos lutar constantemente contra os desejos e impulsos carnais para que sejamos guiados pelo Espírito. O autor da Carta aos Hebreus já nos exorta: "... na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue..."(Hb 12:4)
            Não é uma batalha fácil, pois batalhamos contra um inimigo 'intra-muros'. Estamos batalhando contra a nossa carnalidade, tentados pela nossa própria cobiça (Tg 1:12), atraídos pelos desejos do nosso coração. Porém, quando sabemos que Jesus venceu a guerra em nosso lugar, podemos batalhar confiantes.
            Que possamos viver uma vida de adoração batalhando contra o pecado e quebrantando nosso coração em arrependimento.
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A ALEGRIA DE ADORAR

"... este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força." - Neemias 8:10
            Existem muitos motivos pelos quais nos alegramos todos os dias: um aumento de salário, a vitória do seu time de futebol, uma conquista profissional ou pessoal, um familiar que nos visita, um bom bate-papo com amigos. Todas essas coisas nos trazem imensa alegria. Mas todas essas 'alegrias' são incomparáveis com o fato de termos sido encontrados, salvos e resgatados por Jesus.
            Não existe nada melhor que provar da redenção em Cristo. Todos aqueles que beberam desta água(João 4:14) provarão o que Deus tem preparado para aqueles que O amam(I Coríntios 2:9), ou seja, o que existe de melhor por toda a eternidade.
            Porém, muitas vezes, quando nos reunimos como igreja, falta alegria para adorar. Nos alegramos nas coisas comuns do dia a dia, porém, quando estamos na igreja, cultuando, adorando e louvando, precisamos ser 'reverentes' a tal ponto que nem um sorriso podemos dar. Eis uma 'novidade': ser reverente não é ser carrancudo. Muitos confundem reverência (seriedade, temor de Deus) com 'brabeza' e ficam com cara de 'limão azedo' enquanto cultuam a Deus.
            Mas não podemos ser assim! Não existe lugar melhor para sorrirmos e nos alegrarmos do que o culto, do que o tempo de adoração. Quando nos compreendemos salvos por Jesus, a reverência é expressa também através de uma imensa alegria.
            O livro de Neemias conta a história do povo judeu quando retorna do exílio babilônico. E o texto de Neemias 8:1-12, citado acima, nos conta que, logo após a consagração do Templo, o sacerdote Esdras lê toda a Lei de Deus diante do povo. Os judeus, que há muitos anos não ouviam esta Lei, começam a chorar e a prantear.
            No entanto, Neemias, que era o governador, e Esdras, alertam o povo dizendo que aquele era um tempo de muita alegria. Tempo para que o povo de Deus se regozijasse na presença do próprio Deus.
            Quando nos reunimos para adorar, estamos celebrando a presença de Deus em nosso meio. Estamos nos lembrando de Deus e da sua ação em nossas vidas. Estamos louvando ao grande Deus por tudo que Ele tem feito por nós. E, ainda que passemos por tempos extremamente difíceis, precisamos nos alegrar porque Deus, através de Jesus, é o nosso resgatador. Ele não nos deixou algemados ao pecado, a culpa e a morte. Não! Ele nos libertou para que provássemos de intensa alegria quando adoramos.
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

ADORAÇÃO: VIVENDO SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

"Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores." - João 4:23
            Adoração é a vida do cristão! A vida do cristão deve ser uma constante adoração. Muitos enganam-se ao pensar que a adoração acontece apenas no momento do culto, pois os verdadeiros adoradores que o Pai procura não são aqueles que adoram apenas no tempo de culto, na igreja, mas são aqueles que, constantemente, entregam-se diante dEle para viver segundo a Sua vontade perfeita.
            A Bíblia fala de adoração em mais de 150 versículos. Porém, as próprias Escrituras mostram diferentes significados de adoração. Logicamente, todas estes significados estão corretos.
            A Palavra nos traz alguns significados para adoração. Podemos dizer que um adorador é aquele que tem seu coração RENDIDO ao Pai para fazer Sua vontade e, mais que isso, crê que a vontade do Pai é infinitamente melhor. Outra definição é que a adoração verdadeira é aquela que significa SERVIR, ou seja, colocar-se a inteira disposição, com tudo o que é e com tudo o que tem, para ser usado por Deus.
            Outro significado diz que a adoração significa REVERÊNCIA a Deus, onde o verdadeiro adorador demonstra intenso temor ao poder, à glória, à majestade e à grandeza do nosso Deus. Por último, mas não menos importante, podemos ver que em alguns versículos da Bíblia a adoração significa REALIZAR O SERVIÇO CÚLTICO, em outras palavras, prestar culto a Deus.
            É interessante notar que, muitas vezes, queremos assumir apenas o último significado de adoração, onde só precisamos nos preocupar com este ato no domingo à noite. Mas não! A adoração não é um ato, mas uma atitude do cristão, pois todos os outros significados demonstram que o adorador deve estar constantemente rendido, servindo e reverenciando (temendo) a Deus.
            Mas diante de todos estes significados, como saber se a minha adoração é aceitável ao Pai? O que determina o 'certo e errado' da adoração é o coração do adorador e o alvo do adorador.
            É uma estrada de mão dupla: enquanto adoramos a Deus com o coração rendido, a glória de Deus invade o nosso coração. Assim, também, enquanto a glória de Deus adentra em nossos corações, nós nos rendemos cada vez mais ao grande Deus!
Em Cristo,
Pr. Thiago Mattos.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

DIP - DOMINGO DA IGREJA PERSEGUIDA

"Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem(...)" - Mateus 5:11
            Todos os anos, a Missão Portas Abertas divulga uma lista de classificação de países por perseguição. Os países com maior nível de perseguição são, realmente, aqueles onde a religião muçulmana é predominante, no entanto, existem outros, como a Coréia do Norte (primeiro lugar em perigo de perseguição, segundo a classificação) onde todos aqueles que não veneram seus líderes políticos sofrem perseguição, tortura e são aprisionados em campos de trabalho forçado.
            O texto a seguir foi retirado do site do DIP, incentivado e apoiado pela Missão Portas Abertas:
            "Somália, 5º país na Classificação de países por perseguição. 99,5 % da população é muçulmana. Os cristãos não podem se identificar abertamente e enfrentam sérias restrições e dificuldades para encontrar-se com outros cristãos. Quando um somali se converte a Cristo, o risco de uma execução imediata é muito grande. (...)
            Bangladesh, 47º na Classificação. Apesar de ser uma nação de maioria muçulmana, a Igreja no país tem experimentado inúmeras oportunidades de cultuar, principalmente na capital, Daca.(...)
            Em muitos países, as minorias cristãs continuam a sofrer pressão por parte de elementos radicais de três das maiores religiões do mundo: o islamismo, o hinduísmo e o budismo. Esses radicais não são responsáveis apenas por ataques diretos contra cristãos e igrejas, mas também, por encorajar a existência de um ambiente de medo e de isolamento que impede os cidadãos menos radicais de intervir em favor da justiça, forçando na prática os indivíduos mais tolerantes a aderir à perseguição."
            Muitos cristãos pensam que, hoje, em pleno século XXI, não existem mais perseguições religiosas. Alguns, no entanto, já entendem que algumas leis que podem ser aprovadas no Senado, em nosso país, são, de certa forma, um início de perseguição que os cristãos podem vir a sofrer.
            Porém, a dura realidade é que milhares de cristãos nos dias de hoje, século XXI, sofrem perseguições, maus tratos, tortura, aprisionamento e até assassinatos simplesmente pelo fato de serem cristãos.
            Que nós, Igreja livre, possamos orar, contribuir e nos dedicar a esses milhares de irmãos em Cristo que são perseguidos por expressarem a sua fé.
Naquele que nos chama ao amor,
Pr. Thiago Mattos.



sexta-feira, 3 de junho de 2011

A VIDA NO ESPÍRITO - PARTE 6

"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis." - Romanos 8:26

            Uma outra função do Espírito Santo é nos auxiliar e nos dirigir em nossa vida de oração. Só saberemos orar se estivermos em profunda comunhão com o Espírito. Ninguém jamais levará uma vida séria de oração se não estiver profundamente ligado com as realidades espirituais que só o Santo Espírito pode nos enlevar.
            Isso se dá porque a nossa carnalidade, a nossa natureza pecaminosa, só enxerga as coisas que são naturais e nos impede de percebermos as realidades espirituais. E, por isso, o Espírito precisa nos conduzir a estas realidades. Quando oramos não estamos tratando de uma ação natural, mas estamos tocando a realidade do Espírito. E, por isso, somos, como homens e mulheres movidos pelo Santo Espírito, motivados a orar.
            Ao orarmos, estamos diante da maior expressão de comunhão com Pai. Jesus, mesmo sendo Deus, em nenhum momento abdicou de sua vida de oração. Pelo contrário, em todo tempo, procurava se retirar para estar com junto do Pai. E, além disso, estava sempre incentivando e ensinando seus discípulos a praticarem a oração.
            A igreja de Atos aprendeu esta lição. Vemos os relatos de Lucas de o quanto aquela igreja orava e, por isso, provava de grandes coisas da parte de Deus. Pessoas eram curadas, milagres eram operados e Deus intervinha com a Sua salvação todos os dias!
            Se queremos ser uma igreja que toca o mundo espiritual e prova da ação de Deus constante e intensamente precisamos ser uma igreja que ora! E que ora a vontade de Deus! O apóstolo João diz: "E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segunda a sua vontade, ele nos ouve." (I João 5:14)
            Aprendi com um amigo meu, Sem. Arthur Martins (90), que para orarmos a vontade de Deus, precisamos conhecer a vontade de Deus. E para conhecermos a vontade de Deus precisamos estar em comunhão constante com o Espírito, pois só o Espírito perscruta as profundezas de Deus (I Coríntios 2:10).
            Que aprendamos a experimentar de uma vida intensa de oração. Que possamos provar de grandes coisas da parte de Deus exercitando a nossa fé e nos relacionando com o Espírito Santo de Deus!
Naquele que ouve a nossa oração,
Pr. Thiago.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A VIDA NO ESPÍRITO – PARTE 5

“Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele...” – I João 3:9

            Tendo concedido a Nova Vida, Deus passa a operar em nós santificando todas as áreas da nossa vida. Assim, o Espírito Santo nos concede Dons Espirituais capacitando-nos para o Serviço. E, assim, restaurando também a nossa vida vocacional. Em Deus, por operação do Espírito, através do sacrifício remidor de Cristo, passamos a encontrar sentido para todas as áreas da nossa vida.
            Porém, não é apenas na área vocacional que o Espírito Santo age. Ele também opera em nós transformando todo o velho homem corrompido em um novo homem santificado. E isso inclui o tratamento de pecados. Pecado é, segundo cremos, toda e qualquer transgressão, direta ou indireta, à Lei de Deus. Ou seja: sempre que pensamos, agimos, falamos, somos, desejamos ou fazemos algo que desagrada a Deus, estamos pecando.
            A Nova Vida que Deus nos concede para que vivamos no Espírito é uma vida que batalha contra o pecado. O Santo Espírito de Deus está constantemente agindo em nós para que abandonemos aquelas práticas que desagradam a Deus. Neste processo constante, o Espírito vai moldando nosso caráter e personalidade pra que sejamos cada vez mais parecidos com Jesus.
            Este processo também faz parte daquilo que chamamos de Santificação. E é o processo através do qual o Espírito Santo nos transforma para que sejamos exclusivamente dedicados a Deus. Isso quer dizer que, antes da Nova Vida, o homem tem a sua vontade, seus atos e pensamentos voltados exclusivamente para o mal e para aquilo que desagrada a Deus. Porém quando Deus nos dá a Nova Vida, passamos a desejar o que é reto, justo e bom.
            Como isto não acontece imediatamente, entendemos que, ao longo de toda a nossa vida, o Espírito Santo trabalha para que possamos abandonar pecados, nos arrependermos e nos humilharmos constantemente (afinal continuamos a pecar) e transformando o homem terreno, algemado em sua carnalidade em um homem espiritual, que caminha pela fé no Filho de Deus.

Naquele que nos santifica em tudo,
Pr. Thiago Mattos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A VIDA NO ESPÍRITO - PARTE 4

"A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum." - I Coríntios 12:7
           
            O Espírito Santo, enquanto opera em nós a Santificação, também nos capacita ao Serviço Cristão. Todos aqueles que tem Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal também são feitos, além de filhos de Deus, servos de Deus. Ninguém que compreendeu que é salvo através da obra da vida, morte e ressurreição de Cristo pode ficar parado, pois Deus, através do Espírito Santo, nos capacita ao Serviço.
            Ao mesmo tempo que nos santifica, o Espírito Santo é a dunamis (palavra de onde vem 'dinamite'), a força propulsora dentro de nós que nos leva a servir. Para isso, o Espírito Santo concede Dons Espirituais para que os crentes possam servir. Encontramos 4 listas de dons espirituais na Bíblia: Romanos 12:6-8; I Coríntios 12:4-11; Efésios 4:7-16 e I Pedro 4:10,11. Bem fácil de decorar: 12, 12, 4, 4!
            Nestas listas, percebemos uma grande quantidade de dons espirituais que o Espírito nos concede para que sejam ferramentas no Serviço Cristão. É verdade que essa capacitação sobrenatural do Espírito vem causando muitos constrangimentos e embaraços desnecessários na igreja contemporânea. Porém, se estes dons fossem vistos como o que realmente são (ferramentas para o serviço cristão), não teríamos a dificuldade em compreendermos, aceitá-los e, assim, utilizá-los de forma que o Corpo de Cristo fosse edificado.
            É importante destacar que estes dons espirituais aparecem em muitos momentos no Novo Testamento e, ainda, são citados e ensinados pelo apóstolo Paulo em 3 epístolas diferentes (escritas a gentios) e pelo apóstolo Pedro (escrita preferencialmente a judeus convertidos) em sua primeira epístola.
            Por isso, podemos perceber que os dons espirituais eram muito relevantes na igreja do Novo Testamento e, creio eu, precisa ser em nossa igreja, hoje também. Sendo assim, precisamos entender como Deus tem nos capacitado e, acima de tudo, servir através de tudo o que temos e tudo o que somos, pois essa é uma das obras do Espírito em nós.
           
Naquele que nos capacita ao serviço,
Pr. Thiago Mattos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A VIDA NO ESPÍRITO - PARTE 3

"Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor." - Hebreus 12:14
           
            Após o Novo Nascimento (ou Regeneração), o crente passa a ter a sua vida moldada, trabalhada e tratada pelo Espírito Santo. Isto é o que chamamos de Santificação. Podemos definir a Santificação da seguinte maneira: "a graciosa e contínua operação do Espírito Santo pela qual Ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o capacita a praticar boas obras."*
            Percebemos, então, que esta Santificação é uma ação sobrenatural de Deus no crente. Somente Deus, que é absolutamente Santo, tem condições de nos santificar. O homem, por seu caráter corrompido, não tem capacidade para santificar a si mesmo. E mesmo aquele que creu em Jesus, não conseguiria abandonar pecados e vivificar sem a ação do Espírito em sua vida.
            Porém, é evidente que existe a cooperação e o esforço do crente, participando da obra de Santificação. Isso acontece porque a Santificação acontece em duas partes. Uma na mortificação do pecado e da carnalidade, a outra na vivificação do novo homem criado para boas obras.
            Isso quer dizer que, a partir do momento em que começamos a ser tratados em nossos pecados e carnalidade e, por consequência, passamos a ter o novo homem vivificado em nós, podemos, através de uma ação consciente e espiritual, andar de acordo com a vontade de Deus. Afinal, o crente tem o dever de desviar os seus caminhos do mal.
            O curioso desta Santificação é que ela não ocorre em apenas uma área de nossa vida. Deus quer nos tratar por inteiros: corpo e alma, sentimentos e vontade, força e intelecto. Se o ser humano é totalmente corrompido pelo seu pecado, ocristão precisa de Santificação em todas as áreas de sua vida. Por isso, aqueles que vivem no Espírito, são os que tem sua vida, seu caráter e, até, sua personalidade moldados pela ação santificadora do Espírito Santo.
Naquele que nos santifica inteiramente,
Pr. Thiago Mattos.
*BERKHOF, Louis. "TEOLOGIA SISTEMÁTICA". Editora Cultura Cristã: São Paulo. Pg.489

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A VIDA NO ESPÍRITO - PARTE 2

"Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" - Gálatas 5:25

            Em toda a sua Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo está tratando da vida de oposição que existe entre a carne e o Espírito. Por isso, especialmente no capítulo 5, precisa ensinar a igreja que se reunia na Galácia a respeito da liberdade que temos em Cristo. Porém, essa liberdade não pode ser confundida com libertinagem. A forma pela qual o apóstolo dos gentios nos exorta a isso é para que vivamos intensamente no Espírito.
            Esta nova vida no Espírito se inicia em uma ação muito específica em nossas vidas. Esta ação de Deus, através do Espírito Santo, em nós é o que chamamos de Regeneração ou Novo Nascimento (ou, ainda, Vocação Eficaz).
            Podemos definir a doutrina da Regeneração assim: "Regeneração é o ato de Deus pelo qual o princípio de nova vida é implantado no homem, e a disposição dominante da lama se faz santa."*Ou seja, podemos entender que, sendo o homem totalmente corrompido pelo pecado, ele não pode, através da sua própria vontade ou esforço, salvar-se a si mesmo. Não podendo se salvar, ele depende e necessita do Novo Nascimento operado pelo Espírito Santo.
            É através da Regeneração que o Espírito Santo de Deus nos concede e implanta em nós a nova vida espiritual, mudando, assim, a disposição dominante de nossa alma, fazendo com que nosso intelecto, vontade e emoções passe agora a se mover, sob a influência do Espírito, em direção a Deus. Após a Regeneração, o verdadeiro cristão recebe 'ouvidos espirituais' para ouvir o chamado de Deus a conversão.
            Em outras palavras, podemos dizer que, após este Novo Nascimento espiritual, obrigatoriamente iremos dizer 'sim' para a Salvação em Cristo e para as coisas de Deus.
Esta nova vida, no entanto, precisa, debaixo da ação do Espírito Santo, obedecer e caminhar segundo a vontade perfeita de Deus.
            E caminhando segunda a vontade de Deus, podemos então, experimentar de vida em abundância conduzida pelo Espírito Santo. Na próxima semana, trataremos da Santificação.
Naquele que age em nós,
Pr. Thiago Mattos
*BERKHOF, Louis. TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Editora Cultura Cristã:São Paulo (2001). Página 432

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A VIDA NO ESPÍRITO - PARTE 1

"Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" - Gálatas 5:25

            Alguns crentes tem bastante dificuldade para compreenderem a ação do Espírito Santo em nós. Tanto que alguns chegam, de forma irônica, a pedir a exclusão do Espírito da Trindade. Ainda que isto seja uma piada, demonstra a falta de conhecimento e de experiência na vida no Espírito.
            Sendo Deus, o Espírito Santo não se limita ao nosso entendimento, por isso, muitas vezes, é bastante difícil elaborar conceitos e refletir a respeito da 3ª Pessoa da Trindade. Porém, aquilo que Deus nos revelou através da Sua Palavra pode nos levar a um conhecimento maior da vida no Espírito e, assim, também podermos provar mais da ação dEle em nossas vidas.
            Infelizmente, muitos pastores e teólogos enfatizam apenas a Regeneração (assunto do próximo artigo) como a maior ação do Espírito no crente, ignorando que, uma vez regenerado, o crente continua a viver, servir e provar do Espírito Santo em suas vidas. E isto deve acontecer diariamente. Não é algo para ser vivido apenas em tempos 'espirituais', como no culto ou na reunião de oração.
            Todos precisam provar e viver no Espírito. Os crentes, todos os dias, precisam trabalhar, estudar, se relacionar com outras pessoas, fazer compras, andando no Espírito. Ninguém pode viver de acordo com a vontade de Deus se não andar no Espírito.
            "O Espírito Santo não somente tem uma personalidade que Lhe é própria, mas também tem um método peculiar de trabalho..."* Se o Espírito é uma pessoa da trindade, precisamos nos relacionar com a 3ª Pessoa da Trindade.
            Assim como, normalmente, nos relacionamos com as Pessoas de Deus Pai e de Cristo (Deus Filho), precisamos nos relacionar com a Pessoa do Espírito Santo também e, através deste relacionamento, andar mais próximos do Deus Trino.

Naquele que prometeu uma vida abundante,
Pr. Thiago Mattos.
* BERKHOF, Louis. "Teologia Sistemática". Editora Cultura Cristã: São Paulo (2001). Página 392.