“Portanto, irmãos, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições eu lhes
foram ensinadas, quer por viva voz, quer por carta nossa.” – 2 Tessalonicenses
3:15
Acredito que nenhuma
igreja está completamente livre de tradições. É verdade que muitas denominações
ou comunidades locais sobrevivem debaixo de um lema extraoficial de
“não-vivemos-de-tradições”. Porém, muitas vezes não atentam para o fato de que
muitas das suas práticas são moldadas por tradições.
Charles Swindoll diz
que, para vivermos acima da mediocridade, precisamos “matar o dragão do
tradicionalismo”. E ele tem razão! Mas, antes que você se espante, é necessário
estabelecermos uma diferença entre tradição e tradicionalismo. Quero te
convidar a observar a diferença.
“O tipo certo de
tradições fornece-nos raízes profundas – uma rede sólida de verdades confiáveis
numa época em que tudo é descartável. Dentre tais tradições, estão aquelas
declarações e princípios fortes que nos amarram ao mastro da verdade, quando as
tempestades da incerteza erguem ondas de mudança amedrontadoras, sopradas pelos
ventos da dúvida.” (p. 206)
Cremos que as
tradições certas podem ser abençoadoras, uma vez que são baseadas somente na
Palavra, não em invencionices humanas/carnais. O próprio Swindoll (p.206) cita
algumas dessas tradições: “a crença na autoridade das Sagradas Escrituras, o
conhecimento de Deus, o amor a Deus. O acatamento do senhorio de Jesus Cristo,
nossa dedicação leal ao próximo (...)” Todas essas tradições são abençoadoras e
baseadas na Bíblia.
O que entendo como
tradicionalismo é o apego a certas práticas e ‘crendices’ que não tem
embasamento nenhuma na Palavra. Alguns, sobre a égide de “mantermos as
tradições dos reformadores”, ofendem a memória de tais homens que tanto
defenderam a igreja reformada (‘sempre reformando’). E o argumento para a
manutenção de tais práticas é “porque os reformadores agiam assim”.
Existem, porém, muitas
práticas dos reformadores que nós não mantemos: João Calvino usava chapéu na
igreja. E antes que alguns saiam correndo escolher o modelo, precisamos saber
porquê ele usava: “porque a igreja tinha correntes de ar e pombos.” (p. 207)
Se pudéssemos reduzir a uma expressão, a
diferença seria esta: tradição é fé daqueles que morreram e que permanece viva
(Hebreus 11:4); tradicionalismo é a fé morta daqueles que permanecem vivos.
Swindoll diz que o
tradicionalismo “é manter-se apegado a um costume (...) que se conserva à força
e cegamente. É nutrir suspeitas contra o (...) novo, moderno e diferente. É a
pessoa encontrar segurança, e até mesmo identidade, naquilo que é familiar
(...).” (p. 207) Quem assim procede “acha que a sua vocação é dizer aos outros
o que devem fazer e dizer.” (p. 208)
Trazendo pro campo
espiritual, “é preferir um sistema legalista à liberdade e renovação do
Espírito – é estar mais interessado em guardar regras rígidas, de cunho humano,
do que permanecer flexível, aberto à criatividade e à inovação.” (p. 208).
Por isso, queridos,
precisam viver acima da mediocridade, “permitindo que haja lugar para as coisas
não experimentadas, imprevisíveis, inesperadas – e durante o tempo todo
mantendo-nos fiéis à verdade.” (p. 208)
Pr. Thiago
Mattos.
*Texto
baseado e extraído do capítulo 10 de “Como viver acima da mediocridade: Levando
a sério o seu compromisso com a excelência.” – São Paulo: Editora Vida, 2009
2 comentários:
Pr.Tiago, li seu comentário sobre tradicionalismo e fiquei bastante atenta a isto,pois sentimo-nos as vezes presos à isto.,estou refletindo e aceitando posições menos legalistas.Não tenho placa em minha vida de cristã,quero sim viver aprendendo mais da Verdade,lendo e absorvendo a Palavra de Deus.Voltei para São Paulo e também para a Igreja Batista.,onde quero seguir servindo.Abraços fraternos nesse casal que amo em cristo.Niva
Que bom, querida irmã! Que Deus te abençoe nesta caminhada e que a verdade do Evangelho produza na sua vida conforto eterno, mas também confronto diário! Esta tem sido a minha oração para mim mesmo e quero que esta benção esteja sobre você também!
Que Deus te abençoe!
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