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quinta-feira, 19 de julho de 2012

O TRADICIONALISMO NOS TEMPOS DE JESUS – LUCAS 5:27-39*


“E ninguém, depois de beber o vinho velho, prefere o novo, pois diz: ‘O vinho velho é melhor’” – Lucas 5:39

O ‘tradicionalismo’ na época de Jesus era sinônimo de farisaísmo. Os fariseus encontravam identidade e eram ‘viciados’ nas tradições. A vida deles era ‘modelo’ de tradicionalismo. E quando Jesus encontrava estes homens, inevitavelmente, encontrava o tradicionalismo também!
Quando Jesus chama Levi (ou Mateus) para ser seu discípulo, Levi prontamente começa a caminhar com Jesus. E, por isso, promove um banquete em sua casa. Note que o evangelista Lucas, ao nos contar quem são os convidados, os identifica como sendo “publicanos e outras pessoas” (v.29). No entanto, os fariseus perguntam: “Por que vocês comem e bebem com publicanos e ‘pecadores’?” (v.30)
Notou a diferença? Enquanto Lucas os identifica como ‘outras pessoas’, os fariseus logo estabelecem seu julgamento: ‘pecadores’. As pessoas que estavam presentes ali eram pessoas normais, reais. Não eram robôs ou bonecos. Nem pessoas que tentavam impressionar alguém. Apenas pessoas normais. Pecadores? Com certeza! Mas eram amigos de Levi que estavam ali para divertirem-se e, provavelmente, se despedir do companheiro de profissão, que, agora, seria um discípulo de Jesus.
Observe que os fariseus estavam indignados com o fato de que os discípulos de Jesus estavam se misturando com aqueles ‘pecadores’ e se divertiam. Porém, o tradicionalismo farisaico cria (e estabelecia como norma para todos) que todos deveriam permanecer separados daquelas pessoas. Ninguém deveria associar-se com pecadores e, de forma alguma, deveriam se divertir com aquelas pessoas.
Mas a resposta de Jesus é genial: “Não são os que tem saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.” (v. 31). Segundo Jesus, são essas pessoas que precisam de cura. Jesus é o médico e sua função é curar esse tipo de gente! Eles precisam de ajuda e Jesus é o único que pode ajudá-las.
A conversa, porém, não se encerrou aí: os fariseus voltaram a atacar Jesus e seus discípulos falando a respeito do jejum. Jesus explica, então, aos fariseus tradicionalistas que, um dia, seus discípulos jejuariam também. E, sabendo que os fariseus provavelmente não compreenderiam esta verdade, Jesus propõe uma parábola para explicar isso falando sobre remendo novo em roupas velhas e vinho novo em odres velhos.
Preste bem atenção: os fariseus demonstravam lealdade extrema às coisas antigas. Conheciam tudo da lei, da história do povo de Israel e, ainda mais, criaram mais de 600 preceitos para que todos pudessem entender como eles interpretavam a lei, moldando, assim, COMO todos deveriam viver. Eles eram a ‘roupa velha’, o ‘odre velho’.
O ‘vinho novo’ do Evangelho é revolucionário. É a mensagem da graça, da liberdade, do perdão, da misericórdia, da esperança. Jamais o ‘odre velho’ do tradicionalismo farisaico poderia conter a nova mensagem (boa nova = Evangelho). Então, com certeza, o ‘odre velho’ do tradicionalismo iria romper-se. O velho não consegue conter o novo.
Os fariseus amavam mais as suas tradições do que o próprio Deus! E essa é a essência do tradicionalismo, que é idolatria. No mesmo relato, contado pelo Evangelista Mateus (15:1-20), Jesus chega a dizer: “Assim, por causa da sua tradição, vocês anulam a palavra de Deus.”
Que não nos deixemos iludir com o ‘vinho velho’, mas estejamos sempre abertos para as novidades em Jesus!
Pr. Thiago Mattos.
*Baseado em “COMO VIVER ACIMA DA MEDIOCRIDADE: Levando a sério o seu compromisso com a excelência.” – São Paulo: Editora Vida, 2009.

Um comentário:

Unknown disse...

Boa Thiagão. Reflexão direta e reta que me ajudou em uma aula.

Obrigado!