“E ninguém, depois de beber o vinho velho, prefere o novo, pois diz: ‘O
vinho velho é melhor’” – Lucas 5:39
O ‘tradicionalismo’ na
época de Jesus era sinônimo de farisaísmo. Os fariseus encontravam identidade e
eram ‘viciados’ nas tradições. A vida deles era ‘modelo’ de tradicionalismo. E
quando Jesus encontrava estes homens, inevitavelmente, encontrava o
tradicionalismo também!
Quando Jesus chama
Levi (ou Mateus) para ser seu discípulo, Levi prontamente começa a caminhar com
Jesus. E, por isso, promove um banquete em sua casa. Note que o evangelista
Lucas, ao nos contar quem são os convidados, os identifica como sendo
“publicanos e outras pessoas” (v.29). No entanto, os fariseus perguntam: “Por
que vocês comem e bebem com publicanos e ‘pecadores’?” (v.30)
Notou a diferença?
Enquanto Lucas os identifica como ‘outras pessoas’, os fariseus logo
estabelecem seu julgamento: ‘pecadores’. As pessoas que estavam presentes ali
eram pessoas normais, reais. Não eram robôs ou bonecos. Nem pessoas que
tentavam impressionar alguém. Apenas pessoas normais. Pecadores? Com certeza!
Mas eram amigos de Levi que estavam ali para divertirem-se e, provavelmente, se
despedir do companheiro de profissão, que, agora, seria um discípulo de Jesus.
Observe que os
fariseus estavam indignados com o fato de que os discípulos de Jesus estavam se
misturando com aqueles ‘pecadores’ e se divertiam. Porém, o tradicionalismo
farisaico cria (e estabelecia como norma para todos) que todos deveriam
permanecer separados daquelas pessoas. Ninguém deveria associar-se com
pecadores e, de forma alguma, deveriam se divertir com aquelas pessoas.
Mas a resposta de
Jesus é genial: “Não são os que tem saúde que precisam de médico, mas sim os
doentes.” (v. 31). Segundo Jesus, são essas pessoas que precisam de cura. Jesus
é o médico e sua função é curar esse tipo de gente! Eles precisam de ajuda e
Jesus é o único que pode ajudá-las.
A conversa, porém, não
se encerrou aí: os fariseus voltaram a atacar Jesus e seus discípulos falando a
respeito do jejum. Jesus explica, então, aos fariseus tradicionalistas que, um
dia, seus discípulos jejuariam também. E, sabendo que os fariseus provavelmente
não compreenderiam esta verdade, Jesus propõe uma parábola para explicar isso
falando sobre remendo novo em roupas velhas e vinho novo em odres velhos.
Preste bem atenção: os
fariseus demonstravam lealdade extrema às coisas antigas. Conheciam tudo da
lei, da história do povo de Israel e, ainda mais, criaram mais de 600 preceitos
para que todos pudessem entender como eles interpretavam a lei, moldando,
assim, COMO todos deveriam viver. Eles eram a ‘roupa velha’, o ‘odre velho’.
O ‘vinho novo’ do
Evangelho é revolucionário. É a mensagem da graça, da liberdade, do perdão, da
misericórdia, da esperança. Jamais o ‘odre velho’ do tradicionalismo farisaico
poderia conter a nova mensagem (boa nova = Evangelho). Então, com certeza, o
‘odre velho’ do tradicionalismo iria romper-se. O velho não consegue conter o
novo.
Os fariseus amavam
mais as suas tradições do que o próprio Deus! E essa é a essência do
tradicionalismo, que é idolatria. No mesmo relato, contado pelo Evangelista
Mateus (15:1-20), Jesus chega a dizer: “Assim, por causa da sua tradição, vocês
anulam a palavra de Deus.”
Que não nos deixemos
iludir com o ‘vinho velho’, mas estejamos sempre abertos para as novidades em
Jesus!
Pr. Thiago
Mattos.
*Baseado
em “COMO VIVER ACIMA DA MEDIOCRIDADE: Levando a sério o seu compromisso com a
excelência.” – São Paulo: Editora Vida, 2009.
Um comentário:
Boa Thiagão. Reflexão direta e reta que me ajudou em uma aula.
Obrigado!
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